quarta-feira, 15 de junho de 2011

A Violência até quando?



A violência virou rotina na vida das pessoas seja nas ruas, nas residências, nos prédios, no trabalho, nas escolas, nas revistas, nos telejornais, nos videogames, nas novelas, nos filmes, nos desenhos animados, nas séries de TV, na vizinhança...
Os casos de violência são parecidos ou os mesmos.
Mas, porque as pessoas tem se tornado tão cruéis ao ponto de cometerem tantos atos de violência?
Tudo começa muito cedo com a formação do caráter de cada pessoa através do ambiente em que se vive.
Os pais tem criado uma geração com falta de limites em que tudo é permitido e estão deixando de ensinar o certo e o errado.
O essencial é ensinar a cada pessoa que seus atos tem consequências sendo bons ou ruins e que o perigo é justamente quando eles prejudicam outras pessoas independe da gravidade.
É claro que um dia todas as pessoas responderam por seus atos, pois a verdade sempre vem a tona.
Em muitos casos, os pais não conseguem enxergar as atitudes erradas em seus filhos e acabam protegendo-os.
Uma vez li uma frase em muro na rua assim: "As pedras que meus pais tiraram do meu caminho, se transformaram em um muro, no qual jamais conseguirei transpor."
Na época eu era muito nova e não entendia o porquê e o verdadeiro significado da frase, mas hoje entendo.
Os pais tem que deixarem seus filhos aprenderem o que são e com os seus próprios erros ou eles jamais cresceram e serão maduros.
E já em outros casos, os pais se perguntam aonde e qual foi o erro na criação de seus filhos quando descobrem suas condutas erradas.
A falta de tempo, a impaciência e o despreparo dos pais vem transformando gerações voltadas para o crime.
Esta situação tem feito surgir a cada dia pessoas violentas que roubam, matam, agridem e machucam por qualquer bobagem já que foram criadas com valores distorcidos e invertidos.
A Justiça também tem uma grande contribuição para tudo isso, já que pouco pune alguns tipos de crimes e se o criminoso possui um certo poder aquisitivo, dificilmente ficará na prisão.
A impressão que se dá é a de que estamos vivendo em um verdadeiro faroeste.
Que bom seria se pudéssemos viver numa bolha nos protegendo da violência das pessoas, mas infelizmente isto ainda não é possível.
Então, o que fazer? Nos acomodar diante de tanta violência?
Não, podemos tomar uma atitude para tentar fazer com que as pessoas sejam mais pacíficas.

sábado, 11 de junho de 2011

Festa Juninas



As Festas Juninas, são tradicionalmente homenagens a três santos católicos, são eles: Santo Antônio, São João, São Pedro e São Paulo . A seguir, veja como surgiu tais comemorações.
O calendário das festas católicas é marcado por diversas comemorações de dias de santos. As comemorações de cunho religioso foram apropriadas de tal forma pelo povo brasileiro que ele transformou o Carnaval - ritual de folia que marca o início da Quaresma, período que vai da quarta-feira de Cinzas ao domingo de Páscoa - em uma das maiores expressões festivas do Brasil no decorrer do século XX.
Do mesmo modo, as comemorações de São João (24 de junho) fazem parte de um ciclo festivo que passou a ser conhecido como festas juninas e homenageia, além desse, outros santos reverenciados em junho: Santo Antônio (dia 13) e São Pedro e São Paulo (dia 29).
Se pesquisarmos a origem dessas festividades, perceberemos que elas remontam a um tempo muito antigo, anterior ao surgimento da era cristã. De acordo com o livro O Ramo de Ouro, de sir James George Frazer, o mês de junho, tempo do solstício de verão (no dia 21 ou 22 de junho o Sol, ao meio-dia, atinge seu ponto mais alto no céu, esse é o dia mais longo e a noite mais curta do ano) no Hemisfério Norte, era a época do ano em que diversos povos - celtas, bretões, bascos, sardenhos, egípcios, persas, sírios, sumérios - faziam rituais de invocação de fertilidade para estimular o crescimento da vegetação, promover a fartura nas colheitas e trazer chuvas.
No Hemisfério Norte, as quatro estações do ano são demarcadas nitidamente; na região equatorial e nas tropicais do Hemisfério Sul, o movimento cíclico alterna o período de chuva e o de estiagem, mas ainda assim o ciclo vegetativo pode ser observado da mesma maneira - alteração na coloração e perda das folhas, seca e renascimento.
O que ocorre com a natureza é algo semelhante à saga de Tamuz e Adônis, que submergem do mundo subterrâneo e retornam todos os anos para viver com suas amadas Istar e Afrodite e com elas fertilizar a vida.
Com o cultivo da terra pelo homem, surgiram os rituais de invocação de fertilidade para ajudar o crescimento das plantas e proporcionar uma boa colheita.
Na Grécia, por exemplo, Adônis era considerado o espírito dos cereais. Entre os rituais mais expressivos que o homenageavam estão os jardins de Adônis: na primavera, durante oito dias, as mulheres plantavam em vasos ou cestos sementes de trigo, cevada, alface, funcho e vários tipos de flores. Com o calor do sol, as plantas cresciam rapidamente e, como não tinham raízes, murchavam ao final dos oito dias, quando então os pequenos jardins eram levados, juntamente com as imagens de Adônis morto, para ser lançados ao mar ou em outras águas.
Os rituais de fertilidade perduraram através dos tempos. Na era cristã, mesmo que fossem considerados pagãos, não era mais possível acabar com eles. Segundo Frazer, é por esse motivo que a Igreja Católica, em vez de condená-los, os adapta às comemorações do dia de São João, que teria nascido em 24 de junho, dia do solstício
Na Europa, os festejos do solstício de verão foram adaptados à cultura local, de modo que em Portugal foi incluída a festa de Santo Antônio de Lisboa ou de Pádua, em 13 de junho. E a tradição cristã completou o ciclo com os festejos de São Pedro e São Paulo, ambos apóstolos da maior importância, homenageados em 29 de junho.
Quando os portugueses iniciaram o empreendimento colonial no Brasil, a partir de 1500, as festas de São João eram ainda o centro das comemorações de junho. Alguns cronistas contam que os jesuítas acendiam fogueiras e tochas em junho, provocando grande atração sobre os indígenas.
Mesmo que no Brasil essa época marcasse o início do inverno, ela coincidia com a realização dos rituais mais importantes para os povos que aqui viviam, referentes às colheitas e à preparação dos novos plantios. O período que vai de junho a setembro é a época da seca em muitas regiões do Brasil, quando os rios estão baixos e o solo pronto para enfrentar o plantio, que segue a seqüência: derrubada da mata, queima das ramagens para limpar o terreno e adubá-lo com as cinzas e plantio. É a técnica da coivara, tão difundida entre os povos do continente americano.
Nessa época os roçados velhos, do ano anterior, ainda estão em pleno vigor, repletos de mandioca, cará, inhame, batata-doce, banana, abóbora, abacaxi, e a colheita de milho, feijão e amendoim ainda se encontra em período de consumo. Esse é um tempo bom para pescar e caçar. Uma série ritual, que dura todo o período, inclui um conjunto muito variado de festas que congregam as comunidades indígenas em danças, cantos, rezas e muita fartura de comida. Deve-se agradecer a abundância, reforçar os laços de parentesco (as festas são uma ótima ocasião para alianças matrimoniais), reverenciar as divindades aliadas e rezar forte para que os espíritos malignos não impeçam a fertilidade. O ato de atear fogo para limpar o mato, além de fertilizar o solo, serve principalmente para afastar esses espíritos malignos.
Houve, portanto, certa coincidência entre o propósito católico de atrair os índios ao convívio missionário catequético e as práticas rituais indígenas, simbolizadas pelas fogueiras de São João. Talvez seja por causa disso que os festejos juninos tenham tomado as proporções e a importância que adquiriram no calendário das festas brasileiras.
As relações familiares eram complementadas pela instituição do compadrio, que servia para integrar outras pessoas à família, estreitando assim os laços entre vizinhos e entre patrões e empregados. Até mesmo os escravos podiam ser apadrinhados pelos senhores de terra.
Havia duas formas principais de tornar-se compadre e comadre, padrinho e madrinha: uma era, e ainda é, através do batismo; a outra, através da fogueira. Nas festas de São João, os homens, principalmente, formavam duplas de compadres de fogueira: ficavam um de cada lado da fogueira e deveriam pular as brasas dando-se as mãos em sentido cruzado.
Os laços de compadrio eram muito importantes, pois os padrinhos podiam substituir os pais na ausência ou na morte destes, os compadres integravam grupos de cooperação no trabalho agrícola e os afilhados eram devedores de obrigações para com os padrinhos. A instituição beneficiava os patrões, que tinham um séquito de compadres e afilhados leais tanto nas relações de trabalho como nas campanhas políticas, quando se beneficiavam do voto de cabresto.
Hoje as festas juninas possuem cor local. De acordo com a região do país, variam os tipos de dança, indumentária e comida. A tônica é a fogueira, o foguetório, o milho, a pinga, o mastro e as rezas dos santos.
No Nordeste sertanejo, o São João é comemorado nos sítios, nas paróquias, nos arraiais, nas casas e nas cidades. A importância dessa festa pode ser avaliada pelo número de nordestinos e turistas que escolhem essa época do ano para sair de férias e participar dos festejos juninos.
Na Amazônia cabocla, a tradição de homenagear os santos possui um calendário que tem início em junho, com Santo Antônio, e termina em dezembro, com São Benedito. Cada comunidade homenageia seus santos preferidos e padroeiros, com destaque para os santos juninos. São festas de arraial que começam no décimo dia depois das novenas e nas quais estão presentes as fogueiras, o foguetório, o mastro, os banhos, muita comida e folia.
A tradição caipira, especialmente a do Sudeste do Brasil, caracteriza-se pelas festas realizadas em terreiros rurais, onde não faltam os elementos típicos dos três santos de junho. Mas elas também se espalharam pelas cidades e hoje as festas juninas acontecem, principalmente, em escolas, clubes e bairros. Como em outras partes do Brasil, o calendário das festas paulistas destaca os rodeios e as festas de peão boiadeiro como eventos ou espetáculos mais importantes, que se realizam de março a dezembro.
As festas juninas, com maior ou menor destaque, ainda são realizadas em todas as regiões do Brasil e representam uma das manifestações culturais brasileiras mais expressivas.

2- SANTOS JUNINOS
Os três Santos Principais: Sto Antonio, São João e São Pedro
História e Lendas Católica sobre estes santos.

·         Santo Antônio
Festejado no dia 13 de junho, Santo Antônio é um dos santos de maior devoção popular tanto no Brasil como em Portugal. Fernando de Bulhões nasceu em Lisboa em 15 de agosto de 1195 e faleceu em Pádua, na Itália, em 13 de junho de 1231. Recebeu o nome de Antônio ao passar, em 1220, da Ordem de Santo Agostinho para a Ordem de São Francisco e é conhecido como Santo Antônio de Lisboa ou Santo Antônio de Pádua.
Santo Antônio era admirado por seus dotes de ótimo orador, pois quando pregava a palavra de Deus ela era entendida até mesmo por estrangeiros. É por assim dizer o "santo dos milagres", como afirmou o padre Antônio Vieira em um sermão de 1663 realizado no Maranhão: "Se vos adoece o filho, Santo Antônio; se vos foge um escravo, Santo Antônio; se requereis o despacho, Santo Antônio; se aguardais a sentença, Santo Antônio; se perdeis a menor miudeza de vossa casa, Santo Antônio; e, talvez se quereis os bens alheios, Santo Antônio".
É o santo familiar e protetor dos varejistas em geral, por isso é comum encontrar sua figura em estabelecimentos comerciais. É também o padroeiro das povoações e dos soldados, pois enfrentou em vida aventuras guerreiras como soldado português.
Sua influência é marcante entre o povo brasileiro. Seus devotos, em geral, não têm em casa uma imagem grande do santo e preferem levar no bolso uma pequena para se proteger. É a ele que as moças ansiosas pedem um noivo. A prática de colocar o santo de cabeça para baixo no sereno, amarrada num esteio, ou de jogá-lo no fundo do poço até que o pedido seja atendido, por exemplo, é bastante comum entre os devotos.
Em homenagem a Santo Antônio, geralmente realizam-se duas espécies de rezas e festas: os responsos, quando ele é invocado para achar objetos perdidos, e a trezena, cerimônia que se prolonga com cânticos, foguetório e comes e bebes de 1 a 13 de junho de cada ano.
O relacionamento entre os devotos e os santos juninos, principalmente Santo Antônio e São João, é quase familiar: cheio de intimidades, chega a ser, por vezes, irreverente, debochado e quase obsceno. Esse caráter fica bastante evidente quando se entra em contato com as simpatias, sortes, adivinhas e acalantos feitos a esses santos.  Os objetos utilizados nas simpatias e adivinhações devem ser virgens, ou seja, estar sendo usados pela primeira vez, senão… nada de a simpatia funcionar!
Nos primeiros treze dias de junho, os devotos de Santo Antônio rezam as trezenas com o intuito de alcançar graças através da sua intervenção ou de agradecer um milagre que o santo tenha realizado.

·         São João
João Batista, primo de Jesus Cristo, nasceu no dia 24 de junho, alguns anos antes de seu primo Jesus Cristo, e morreu em 29 de agosto do ano 31 d.C., na Palestina. Foi degolado por ordem de Herodes Antipas a pedido de sua enteada Salomé, pois a pregação do filho de Santa Isabel e São Zacarias incomodava a moral da época. Antes mesmo de Jesus, João Batista já pregava publicamente às margens do Rio Jordão. Ele instituiu, pela prática de purificação através da imersão na água, o batismo, tendo inclusive batizado o próprio Cristo nas águas desse rio.
São João ocupa papel de destaque nas festas, pois, dentre os santos de junho, foi ele que deu ao mês o seu nome (mês de São João) e é em sua homenagem que se chamam "joaninas" as festas realizadas no decurso dos seus trinta dias. O dia 23 de junho, véspera do nascimento de São João e início dos festejos, é esperado com especial ansiedade. Segundo Frei Vicente do Salvador, um dos primeiros brasileiros a escrever a história de sua terra, já no ano de 1603 os índios acudiam a todos os festejos portugueses, em especial os de São João, por causa das fogueiras e capelas.
São João é muito querido por todos, sem distinção de sexo nem de idade. Moças, velhas, crianças e homens o fazem de oráculo nas adivinhações e festejam o seu dia com fogos de artifício, tiros e balões coloridos, além dos banhos coletivos de madrugada. Acende-se uma fogueira à porta de cada casa para lembrar a fogueira que Santa Isabel acendeu para avisar Nossa Senhora do nascimento do seu filho.

São João, segundo a tradição, adormece no seu dia, pois se estivesse acordado vendo as fogueiras que são acesas para homenageá-lo não resistiria: desceria à Terra e ela correria o risco de incendiar-se.
A Lenda do surgimento da fogueira:
Dizem que Santa Isabel era muito amiga de Nossa Senhora e, por isso, costumavam visitar-se. Uma tarde, Santa Isabel foi à casa de Nossa Senhora e aproveitou para contar-lhe que dentro de algum tempo nasceria seu filho, que se chamaria João Batista.
Nossa Senhora então perguntou:
- Como poderei saber do nascimento dessa criança?
- Vou acender uma fogueira bem grande; assim você poderá vê-la de longe e saberá que João nasceu. Mandarei também erguer um mastro com uma boneca sobre ele.
Santa Isabel cumpriu a promessa. Certo dia Nossa Senhora viu ao longe uma fumaceira e depois umas chamas bem vermelhas. Foi à casa de Isabel e encontrou o menino João Batista, que mais tarde seria um dos santos mais importantes da religião católica. Isso se deu no dia 24 de junho.

A Lenda das bombas de São João:
Antes de São João nascer, seu pai, São Zacarias, andava muito triste por não ter filhos. Certa vez, um anjo de asas coloridas, envolto em uma luz misteriosa, apareceu à frente de Zacarias e anunciou que ele seria pai. A alegria de Zacarias foi tão grande que ele perdeu a voz desse momento em diante. No dia do nascimento do filho, perguntaram a Zacarias como a criança se chamaria. Fazendo um grande esforço, ele respondeu "João" e a partir daí recuperou a voz. Todos fizeram um barulhão enorme. Eram vivas para todos os lados.
Vem daí o costume de as bombinhas, tão apreciadas pelas crianças, fazerem parte dos festejos juninos.
A festa de São João: Em festa de São João, na maioria das regiões brasileiras, não faltam fogos de artifício, fogueira, muita comida (o bolo de São João, principalmente nos bairros rurais, é essencial), bebida e danças típicas de cada localidade.
No Nordeste, por exemplo, essa festa é tão tradicional que no dia 23 de junho, depois do meio-dia, em algumas localidades ninguém mais trabalha. Enfeitam-se sítios, fazendas e ruas com bandeirolas coloridas para a grande festa da véspera de São João. Prepara-se a lenha para a grande fogueira, onde serão assados batata-doce, mandioca, cebola do reino e milho. Em torno dela sentam-se os familiares de sangue e de fogueira.
O formato da fogueira varia de lugar para lugar: pode ser quadrada, piramidal, empilhada… Quanto mais alta, maior é o prestígio de quem a armou. Os balões levam, segundo os devotos, os pedidos para o santo. Quando a fogueira começa a queimar, o mastro, que recebeu a bandeira do santo homenageado, já se encontra preparado. Ele é levantado enquanto se fazem preces, pedidos e simpatias.
Depois do levantamento do mastro, tem início a queima de fogos, soltam-se os busca-pés e as bombinhas. A arvorezinha, também chamada de mastro, que é plantada em frente às casas e, no lugar da festa, é plantada perto da fogueira, está enfeitada com laranja, milho verde, coco, presentes, garrafas, etc.
A cerimônia do banho varia de uma região para outra. No Mato Grosso, por exemplo, não são as pessoas que se banham nos rios, e sim a imagem do santo. Na Região Norte, principalmente em Belém e Manaus, o banho-de-cheiro faz parte das tradições juninas. A preparação do banho de São João inicia-se alguns dias antes da festa. Trevos, ervas e cipós são pisados, raízes e paus são ralados dentro de uma bacia ou cuia com água e depois guardados em garrafas até o momento do banho. Chegada a hora da cerimônia, os devotos lavam e esfregam o corpo com esses ingredientes. Acredita-se que o banho-de-cheiro tenha o poder mágico de trazer muita felicidade às pessoas que o praticam.
As danças regionais, o som de violas, rabecas e sanfonas, o banho do santo, o ato de pular a fogueira, a fartura de alimentos e bebidas - tudo isso transforma a festa de São João numa noite de encantamento que inspira amores e indica a sorte de seus participantes. No fim da festa, todos pisam as brasas da fogueira para demonstrar sua devoção.

·         São Pedro
São Pedro, o apóstolo e o pescador do lago de Genezareth, cativa seus devotos pela história pessoal. Homem de origem humilde, ele foi apóstolo de Cristo e depois encarregado de fundar a Igreja Católica, tendo sido seu primeiro papa.
Considerado o protetor das viúvas e dos pescadores, São Pedro é festejado no dia 29 de junho com a realização de grandes procissões marítimas em várias cidades do Brasil. Em terra, os fogos e o pau-de-sebo são as principais atrações de sua festa.
Depois de sua morte, São Pedro, segundo a tradição católica, foi nomeado chaveiro do céu. Assim, para entrar no céu, é necessário que São Pedro abra as portas. Também lhe é atribuída a responsabilidade de fazer chover. Quando começa a trovejar, e as crianças choram com medo, é costume acalmá-las dizendo: "É a barriga de São Pedro que está roncando" ou "ele está mudando os móveis de lugar".
No dia de São Pedro, todos os que receberam seu nome devem acender fogueiras na porta de suas casas. Além disso, se alguém amarrar uma fita no braço de alguém chamado Pedro, ele tem a obrigação de dar um presente ou pagar uma bebida àquele que o amarrou, em homenagem ao santo.
A festa de São Pedro: Em homenagem ao santo, acendem-se fogueiras, erguem-se mastros com sua bandeira e queimam-se fogos, porém não há na noite de 29 de junho a mesma empolgação presente na festa de São João.
Também se fazem procissões terrestres, organizadas pelas viúvas, e fluviais, pois, como vimos, São Pedro é o protetor dos pescadores e das viúvas. Em várias regiões do Brasil, a brincadeira mais comum na festa é a do pau-de-sebo.
Embora São Paulo também seja homenageado em 29 de junho, ele não é figura de destaque nas festividades desse mês.

DANÇAS JUNINAS
Amados Pais, servos do Senhor:
É relativamente comum os colégios (empresas ou associações) exigirem que participemos ou que nossos filhos, participem das Festas Juninas que são programadas, em especial,  que sejam ativos participantes nas danças de quadrilha. À luz da Palavra do Senhor, é incompatível com nossos princípios de fé e condição de servos do Eterno.
Este relato sobre as Festas Juninas, não deixa a menor dúvida que ela é uma festa dedicada a santos Católicos e toda e qualquer participação do Povo de Deus, é uma desobediência aos Seus mandamentos.
"Não se juntem com os descrentes para trabalharem com eles. Como é que o certo e o errado podem ser companheiros? Como podem viver juntas a luz e a escuridão? Como podem Cristo e o diabo estar de acordo? O que é que um cristão e um descrente têm em comum? Que relação pode haver entre o Templo de Deus e os ídolos pagãos? Pois nós somos o templo do Deus vivo."( 2Co 6:14-16)
Nos dias atuais a permissividade infelizmente é muito bem aceita pelas igrejas, as práticas comuns aos que andam sob os conselho da carne, são adaptadas e cristinianizadas. Já é possível encontrar-se igrejas "evangélicas" montando "arraiais juninos", "quadrilhas" e outras manifestações comuns ao catolicismo. Cegos!
Veja a descrição de algumas danças relacionadas às Festas Juninas:

Quadrilha
Também chamada de quadrilha caipira ou de quadrilha matuta, é muito comum nas festas juninas. Consta de diversas evoluções em pares e é aberta pelo noivo e pela noiva, pois a quadrilha representa o grande baile do casamento que hipoteticamente se realizou.
Esse tipo de dança (quadrille) surgiu em Paris no século XVIII, tendo como origem a contredanse française, que por sua vez é uma adaptação da country danse inglesa, segundo os estudos de Maria Amália Giffoni.

A quadrilha foi introduzida no Brasil durante a Regência e fez bastante sucesso nos salões brasileiros do século XIX, principalmente no Rio de Janeiro, sede da Corte. Depois desceu as escadarias do palácio e caiu no gosto do povo, que modificou suas evoluções básicas e introduziu outras, alterando inclusive a música.
A sanfona, o triângulo e a zabumba são os instrumentos musicais que em geral acompanham a quadrilha. Também são comuns a viola e o violão.
 O marcador, ou "marcante", da quadrilha desempenha papel fundamental, pois é ele que dá a voz de comando em francês não muito correto misturado com o português e dirige as evoluções da dança. Hoje, dança-se a quadrilha apenas nas festas juninas e em comemorações festivas no meio rural. A quadrilha é mais comum no Brasil sertanejo e caipira, mas também é dançada em outras regiões de maneira muito própria, caso de Belém do Pará, onde há mistura com outras danças regionais. Ali, há o comando do marcador e durante a evolução da quadrilha dança-se o carimbó, o xote, o siriá e o lundum, sempre com os trajes típicos.

Trajes usados na dança
No fim do século XIX as damas que dançavam a quadrilha usavam vestidos até os pés, sem muita roda, no estilo blusão, com gola alta, cintura marcada, mangas "presunto" (como são?) e botinas de salto abotoadas do lado. Os cavalheiros vestiam paletó até o joelho, com três botões, colete, calças estreitas, camisa de colarinho duro, gravata de laço e botinas.
Hoje em dia, na tradição rural brasileira, o vestuário típico das festas juninas não difere do de outras festas: homens e mulheres usam suas melhores roupas. Nos centros urbanos, há uma interpretação do vestuário caipira ou sertanejo baseada no hábito de confeccionar roupas femininas com tecido de chita florido e as masculinas com tecidos de algodão listrados e escuros. Assim, as roupas usadas para dançar a quadrilha variam conforme as características culturais de cada região do país.
Os trajes mais comuns são: para os cavalheiros, camisa de estampa xadrez, com imitação de remendos na calça e na camisa, chapéu de palha, talvez um lenço no pescoço e botas de cano; as damas geralmente usam vestidos com estampas florais, de cores fortes, com babados e rendas, mangas bufantes e laçarotes no cabelo ou chapéu de palha.

Fandango
Dançado em várias regiões do país em festividades católicas como o Natal e as festas juninas, o fandango tem sentidos diferentes de acordo com a localidade. No Sul (Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e até em São Paulo) o fandango é um baile com várias danças regionais: anu, candeeiro, caranguejo, chimarrita, chula, marrafa, pericó, quero-quero, cana-verde, marinheiro, polca etc. A coreografia não é improvisada e segue a tradição.

Bumba-meu-boi
Dança dramática presente em várias festividades, como o Natal e as festas juninas, o bumba-meu-boi tem características diferentes e recebe inclusive denominações distintas de acordo com a localidade em que é apresentado: no Piauí e no Maranhão, chama-se bumba-meu-boi; na Amazônia, boi-bumbá; em Santa Catarina, boi-de-mamão; no Recife, é o boi-calemba e no Estado do Rio de Janeiro, folguedo-do-boi.
O enredo da dança é o seguinte: uma mulher chamada Mãe Catirina, que está grávida, sente vontade de comer língua de boi. O marido, Pai Francisco, resolve atender ao desejo da mulher e mata o primeiro boi que encontra. Logo depois, o dono do boi, que era o patrão de Pai Francisco, aparece e fica muito zangado ao ver o animal morto. Para consertar a situação, surge um curandeiro, que consegue ressuscitar o boi. Nesse momento, todos se alegram e começam a brincar.
Os participantes do bumba-meu-boi dançam e tocam instrumentos enquanto as pessoas que assistem se divertem quando o boi ameaça correr atrás de alguém. O boi do espetáculo é feito de papelão ou madeira e recoberto por um pano colorido. Dentro da carcaça, alguém faz os movimentos do boi.

Lundu (lundum/londu/landu)
De origem africana, o lundu foi trazido para o Brasil pelos escravos vindos principalmente de Angola. Nessa dança, homens e mulheres, apesar de formar pares, dançam soltos.
A mulher dança no lugar e tenta seduzir com seus encantos o parceiro. A princípio ela demonstra certa indiferença, mas, no desenrolar da dança, passa a mostrar interesse pelo rapaz, que a seduz e a envolve. Nesse momento, os movimentos são mais rápidos e revelam a paixão que passa a existir entre os dançarinos. Logo o cavalheiro passa a provocar outra dama e o lundu recomeça com a mesma vivacidade.
O lundu é executado com o estalar dos dedos dos dançarinos, castanholas e sapateado, além do canto acompanhado por guitarras e violões. Em geral a música é executada como compasso binário, com certo predomínio de sons rebatidos.
Essa dança é típica das festas juninas nos estados do Norte (como parte da quadrilha tradicional e independente desta), Nordeste e Sudeste do Brasil

Cateretê
Dança rural do Sul do país, o cateretê foi introduzido pelos jesuítas nas comemorações em homenagem a Santa Cruz, São Gonçalo, Espírito Santo, São João e Nossa Senhora da Conceição. É uma dança bastante difundida nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais e também está presente nas festas católicas do Pará, Mato-Grosso e Amazonas.
Nas zonas litorâneas, geralmente é dançado com tamancos de madeira dura. No interior desses estados, os dançarinos dançam descalços ou usam esporas nos sapatos. Em algumas cidades o cateretê é conhecido como catira.
Em geral, o cateretê é dançado apenas por homens, porém em alguns estados, como Minas Gerais, as mulheres também participam da dança. Os dançarinos formam duas fileiras, com acompanhamento de viola, cantos, sapateado e palmas. Os saltos e a formação em círculo aparecem rapidamente. Os dançarinos não cantam, apenas batem os pés e as mãos e acompanham a evolução. As melodias são cantadas por dois violeiros, o mestre, que canta a primeira voz, e o contramestre, que faz a segunda.   

sexta-feira, 10 de junho de 2011

DIA DOS NAMORADOS




O Dia dos Namorados ou Dia de São Valentim é uma data especial e comemorativa na qual se celebra a união amorosa entre casais sendo comum a troca de cartões e presentes com simbolismo de mesmo intuito, tais como as tradicionais caixas de bombons. No Brasil, a data é comemorada no dia 12 de junho. Em Portugal também acontecia o mesmo até há poucos anos, mas atualmente é mais comum a data ser celebrada em 14 de Fevereiro.

HISTORIA
A história do Dia de São Valentim remonta a um obscuro dia de jejum tido em homenagem a .A associação com o amor romântico chega depois do final da Idade Média, durante o qual o conceito de amor romântico foi formulado.
O bispo Valentim lutou contra as ordens do imperador Cláudio II, que havia proibido o casamento durante as guerras acreditando que os solteiros eram melhores combatentes.
Além de continuar celebrando casamentos, ele se casou secretamente, apesar da proibição do imperador. A prática foi descoberta e Valentim foi preso e condenado à morte. Enquanto estava preso, muitos jovens lhe enviavam flores e bilhetes dizendo que ainda acreditavam no amor. Enquanto aguardava na prisão o cumprimento da sua sentença, ele se apaixonou pela filha cega de um carcereiro e, milagrosamente, devolveu-lhe a visão. Antes da execução, Valentim escreveu uma mensagem de adeus para ela, na qual assinava como “Seu Namorado” ou “De seu Antonio”.
Considerado mártir pela Igreja Católica, a data de sua morte - 14 de fevereiro - também marca a véspera de lupercais, festas anuais celebradas na Roma antiga em honra de Juno (deusa da mulher e do matrimônio) e de Pan (deus da natureza). Um dos rituais desse festival era a passeata da fertilidade, em que os sacerdotes caminhavam pela cidade batendo em todas as mulheres com correias de couro de cabra para assegurar a fecundidade.
Outra versão diz que no século XVII, ingleses e franceses passaram a celebrar o Dia de Santo Antônio como a união do Dia dos Namorados. A data foi adotada um século depois nos Estados Unidos, tornando-se o The Antonio's Day. E na Idade Média, dizia-se que o dia 14 de fevereiro era o primeiro dia de acasalamento dos pássaros. Por isso, os namorados (as) da Idade Média usavam esta ocasião para deixar mensagens de amor na soleira da porta do(a) amado(a).
Atualmente, o dia é principalmente associado à troca mútua de recados de amor em forma de objetos simbólicos. Símbolos modernos incluem a silhueta de um coração e a figura de um Cupido com asas. Iniciada no século XIX, a prática de recados manuscritos deu lugar à troca de cartões de felicitação produzidos em massa. Estima-se que, mundo afora, aproximadamente um bilhão de cartões com mensagens românticas são mandados a cada ano, tornando esse dia um dos mais lucrativos do ano. Também se estima que as mulheres comprem aproximadamente 85% de todos os presentes no Brasil.
O dia de Santo Antônio era até há algumas décadas uma festa comemorada principalmente em países anglo-saxões, mas ao longo do século XX o hábito estendeu-se a muitos outros países.

Data no Brasil
No Brasil, a data é comemorada no dia 12 de Junho por ser véspera do 13 de Junho, Dia de Santo Antônio, santo português com tradição de casamenteiro.
A data provavelmente surgiu no comércio paulista, quando o publicitário João Dória trouxe a ideia do exterior e a apresentou aos comerciantes. A ideia se expandiu pelo Brasil, amparada pela correlação com o Dia de São Valentin -- que nos países do hemisfério norte ocorre em 14 de fevereiro e é utilizada para incentivar a troca de presentes entre os apaixonados.

O AMOR
A palavra amor (do latim amor) presta-se a múltiplos significados na língua portuguesa. Pode significar afeição, compaixão, misericórdia, ou ainda, inclinação, atração, apetite, paixão, querer bem, satisfação, conquista, desejo, libido, etc. O conceito mais popular de amor envolve, de modo geral, a formação de um vínculo emocional com alguém, ou com algum objeto que seja capaz de receber este comportamento amoroso e enviar os estímulos sensoriais e psicológicos necessários para a sua manutenção e motivação.


FELIZ DIA DOS NAMORADOS

IGREJA NOSSA SENHORA DO AMPARO


Igreja Nossa Senhora do Amparo - No alto da colina do Amparo, foi construído em 1757 o templo dedicado a Nossa Senhora do Amparo, padroeira dos operários. As imagens de Nossa Senhora do Amparo, da imaculada Conceição, os azulejos portugueses e as telas de autores desconhecidos representam a arte do século XVIII. É daí que se tem a mais bela vista geral de Valença e da Ilha de Tinharé, com destaque para o Morro de São Paulo.
O templo dedicado a Nossa senhora da Amparo da Imaculada conceição, construído em 1757, representa a arte do século XVIII com azulejos XVIII com azulejos portugueses e telas com motivos religiosos criadas por autores desconhecidos. A missa de encerramento da festa de nossa Senhora do Amparo começa às 7 horas e comemora também os 249 anos da igreja.
A cidade de Valença, na costa do Dendê, vivera 10 dias de fé e eucaristia durante a festa de nossa senhora do Amparo. A manifestação cultural, que atrai turistas de todo o lugar, começa na segunda-feira (30) e se estende até o dia 8 de novembro. As comemorações têm início com novenas, realizadas a partir das 19 horas e a eucaristia conta com as presenças de padres vindos de outras cidades da região. Este ano, o sub-tema nas pregações será a igreja aprende com Maria a acolher e viver os dons do Espírito Santo.
Tradicional lavagem do Amparo manifestação do sincretismo religioso com baianas que, vestidas de branco, com flores e água de cheiro, fazem a abertura da Igreja do Amparo para as festividades anuais em louvor a Nossa Senhora do Amparo.
A lavagem do Amparo é o momento em que todas as divindades de origem africana são homenageadas pelo povo, este ano a lavagem terá a presença do pároco Josival Lemos Barbosa, que participa demonstrando o respeito a cultura afro, as portas da igreja serão abertas para recepção do "povo-de-santo", que invocam orixás pedindo paz, fraternidade, saúde e bonança.
No dia 8, o tradicional cortejo de baianas segue em procissão a pé até o alto da Colina do Amparo, com flores ofertadas a santa. No local, é possível apreciar uma linda vista geral e Valença e de Morro de São Paulo. Fiéis vestem branco e andam descalços em busca da proteção das águas perfumadas para limpeza do corpo e da alma.
A população de Valença se reúne no coreto da cidade, em frente à igreja do Amparo, para agradecer à padroeira as graças concedidas e pedir paz, fraternidade, saúde e bonança. A manifestação religiosa atrai olhares de turistas e romeiros que vêm de taperoá, Itaparica e outras regiões, inclusive de outros esteados como do Rio de Janeiro e São Paulo. A festa reúne ícones representativos da cultura local como o candomblé, o catolicismo, a gastronomia, a dança e a música. 

POVOADO DE GUAIBIM

Uma área localizada entre a Ponta do Curral e o Rio Jequiriça, abrangendo uma extensão de 20 Km de praias.
Era um pequeno povoado de pescadores, entretanto, a construção de um acesso rodoviário à localidade, ensejou a implantação de um loteamento de grande porte que se estende desde essa povoação até a foz do Rio Taquari, ocupando uma faixa de 4,5 Km de praia. O Guaibim vem recebendo importantes serviços de infra-estrutura como: água tratada, moderno sistema de iluminação e acessos asfaltados totalmente sinalizados além de modernização e urbanização da orla.
As cabanas de praias funcionam, no verão, dia e noite, oferecendo um cardápio à base de frutos do mar, com sabor tipicamente baiano.
A noite, transforma-se em animados palcos de danças, onde o forró e as lambadas invadem as madrugadas, principalmente nos finais de semana.  

 



 

HISTÓRIA DE VALENÇA

O atual território do município de Valença, por ocasião do descobrimento do Brasil, era habitado por indígenas tupiniquins, de índole pacífica. Quando D. João III, Rei de Portugal, em 1534, dividiu o Brasil em Capitanias Hereditárias, aquela área ficou pertencente à capitania de Ilhéus, sob a jurisdição da Vila de Nossa senhora do Rosário de Cairu, local onde se fez o primeiro povoamento.
Entre as pessoas que vieram povoar o território em apreço, ocupava lugar proeminente Sebastião de Pontes, homem rico e de prestígio que já possuía dois engenhos de açúcar no recôncavo da Bahia. Muitos moradores se estabeleceram nas terras banhadas pelo rio Una, com fazendas de cana e mantimentos. Além desses moradores civilizados, havia, também, na vizinhança do engenho, uma aldeia subordinada a Sebastião de Pontes. Era o Senhor Sebastião de Pontes homem honrado, porém de gênio arrebatado e violento, acostumado à luta armada, havendo tomado parte em expedições contra os indígenas. Não costumava transigir com quem o ofendesse ou o contrariasse. Aconteceu por esse tempo, provavelmente em 1573, aparecer um mascate no engenho de Sebastião de Pontes e a este fez ofensa de que resultou mandar açoitá-lo e a ferro quente marcá-lo numa das espáduas.
Conta-se que este mascate, tempo depois, em Portugal, alcançou meio de apresentar-se ao rei quando este ia à missa, deixando cair à capa, única cobertura que levava sobre os ombros, mostrando-lhe o ferrete ignóbil e com muitas lágrimas implorou-lhe justiça. Foram imediatamente transmitidas ordens para a capital do Brasil, sobre a prisão e envio para Lisboa, de Sebastião de Pontes. Fez o governo real ir ao Morro de São Paulo num navio de guerra. Seu comandante visitou Pontes no engenho do Una e ardilosa e traiçoeiramente, convidou-o para uma visita ao navio. Sebastião de Pontes atraído para bordo, quando ali almoçava foi inteirado da verdade, metido a ferros e transportado para Lisboa. Recolhido à cadeia do Limoeiro, acabou seus dias. Desta maneira, desapareceu do Una o primeiro homem empreendedor que lhe deu prosperidade. Daí, invadida a região pelos índios aimorés, de índole bravia, diminuiu o progresso e ficou obstada por muito tempo a colonização do território de Valença. Anos depois, já no século XVIII, após sangrentas represálias aos aimorés pelos bandeirantes do paulista João Amaro Maciel Parente, reencontrou à localidade em fase de progresso, que justificou a proposta do ouvidor da Comarca de Ilhéus, Desembargador Baltazar da Silva Lisboa, para a criação de uma vila na povoação de Una. Aprovada a proposta do ouvidor, foi determinada, pela Carta Régia de 23 de janeiro de 1799, a criação da Vila de Nova Valença do Santíssimo Coração de Jesus, com território desmembrado do município de Cairu. Ocorreu sua instalação a 10 de junho do mesmo ano, com a presença do dito desembargador, que sugeriu a construção da Igreja do Santíssimo Coração de Jesus. Uma vez concluída, tornou-se matriz da freguesia, em 26 de setembro de 1801.
Nesta época começou a extração da madeira que se destinava a construção dos navios da armada real e a área desmatada foi sendo ocupada pelas atividades agrícolas, notadamente a mandioca , arroz de Veneza, café , pimenta do reino e canela.
Aos poucos os habitantes das ilhas próximas que viviam em constantes enfrentamentos com os índios e não conseguiam plantar foram voltando para a área , cujo núcleo de povoação se estabelecera nas proximidades da capela de Nossa Senhora do Amparo. A denominação Valença foi atribuída, segundo reza a tradição popular, por estes novos moradores, para os quais a localidade representava a solução para os seus problemas, Terra da Valença, da salvação.
Uma outra versão atribui a escolha deste nome ao conselheiro Baltazar da Silva Lisboa que na intenção de homenagear ao ministro Marques de Valença, elevou o povoado á categoria de vila, em 10 de junho de 1789, dando-lhe o título de Nova Valença.
Em 23 de Janeiro de 1799 foi criados a vila de Nova Valença do Santíssimo Coração de Jesus, com território desmembrado de Cairu. Neste mesmo ano começaram as obras de construção da Igreja do Santíssimo Coração de Jesus, concluída em 1801 e transformada em matriz da freguesia.
Por força da Resolução nº 368, de 10 de novembro de 1849, a sede municipal recebeu foro de cidade, sob a denominação de Industrial Cidade Valença.
A maior cidade da costa do dendê é ao mesmo tempo, uma plácida cidade pesqueira e colonial do século XVI e um dinâmico pólo comercial e de serviços da região. Famosa por seus camarões. Valença conta com um cais do porto onde o casario tem a beleza de um cartão postal antigo, ofertando aos visitantes um rico patrimônio histórico que convive em harmonia com os barcos pitorescos que povoam o Rio Una, que divide a cidade. Três pontes interligam as duas partes da cidade.
A região sofreu com a invasão holandesa na Bahia em 1624 e participou ativamente das lutas pela independência da Bahia.


ASPECTOS FÍSICOS E TERRITORIAIS
No o último censo, no município de Valença existe uma população aproximadamente de 82.936 habitantes, ocupando uma área de 1.294 km2, entre os paralelos de 13º22' de latitude sul e 39º04' de longitude oeste de Greenwich, a uma altitude de 5 m em relação ao nível do mar. O Município limita-se com o oceano Atlântico e Cairu a leste; Jaguaripe e Laje ao norte; Mutuípe e Presidente Tancredo Neves a oeste e Taperoá ao sul. A sua distância em relação a Salvador é de 262 km. Já a distancia Valença – Bom despacho é de 104 KM e Valença - Nazaré 42 Km. O relevo do Município é bastante movimentado, sendo caracterizado pela existência de planícies marinhas e fluviomarinhas, tabuleiros interioranos, tabuleiros pré-litorâneos e serras marginais. Dentre os acidentes geográficos encontrados no território municipal, cabe destaque para as serras do Abiá (ponto mais alto de Valença) e Serra do Frio, com 1.300 m de altitude, respectivamente, além de inúmeros rios e quedas d'água. A malha hidrográfica do Município está vinculada à bacia do Rio Una. Valença é cortada por inúmeros cursos d'água, a exemplo dos rios Una, Fonte da Prata, dos Reis, Vermelho, Piau, Graciosa ou do Engenho, etc.
LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA
LIMITES MUNICIPAIS
De acordo com a lei nº 628 de 30 .12.1953 , os limites do município de Valença ficaram delimitados pelos seguintes marcos:
Com o município de Mutuípe – começa na Serra Preta, na nascente do Riacho da Coruja, desce por este até sua foz no rio do braço e por este abaixo até a foz do Riachão das Graças, pelo qual sobe até a foz do Riacho do Meio, por este acima até sua nascente: daí em reta até o extremo da Serra do Argolo, seguindo pelo dividor de águas desta até a nascente do Riacho Cariri, pelo qual desce até a foz do Riacho Vertente Seca.
Com o município de Laje – começa no Rio Cariri, na foz do Riacho Vertente Seca, pelo qual sobe até sua nascente, segue daí pelo divisor de águas da Serra do Frio até a nascente do Rio Una-Mirim, descendo por este até a foz do Racho Quebra Machado, sobe por este até sua nascente, de onde segue em reta até a nascente do Riachão dos Vieiras , pelo qual desce até sua foz no Rio Jequiriçá.
Com o Município de Jequiricá começa na foz do Riachão dos Vieiras no Rio Jequiriçá e segue pelo talvegue desde abaixo até sua foz no Oceano.
Com o Oceano Atlântico – começa na foz do Rio Jequiricá e segue pela orla do mar até a Ponta do Curral.
Com o município de Cairu: começa na Ponta do Curral e segue pelo canal que separa a Ilha de Tinharé do continente, até a foz do Rio Graciosa ou do Engenho.
Com o município de Taperoá: começa no canal entre a Ilha de Tinharé e o continente, na foz do Rio Graciosa ou do engenho, sobe por este até sua nascente na Serra do Mucugê, seguindo daí pelo divisor de águas entre as bacias dos Rios Preto e Una até o alto da Serra Preta, na nascente do Riacho da Coruja.
LIMITES COM OS DISTRITOS DO MUNICÍPIO
Entre o distrito de Valença e Maricoabo – começa no canal que separa aIilha de Tinharé e o continente, na foz do Riacho da Prata, pelo qual sobe até sua nascente, daí em reta até a nascente do Riacho Pitanga, segue daí pelo divisor de águas entre os Rios Una e Graciosa até a nascente do Riacho Sarapuí.
Entre os distritos de Valença e Guerém: começa na foz do Riacho Quebra Machado no rio Una-Mirim, descendo por este até sua foz no Rio Una, de onde segue em reta a nascente do Riacho Sarapuí.
Maricoabo e Guerém: começa na nascente do Rio Graciosa ou do Engenho, seguindo daí pelo divisor de água entre as bacias dos Rios Piau e do Engenho ou Graciosa até a nascente do Riacho Sarapuí. Guerém e Serra Grande: Começa no alto da Serra Preta, na nascente do Riacho da Coruja, segue pelo divisor de águas entre as bacias do Rio do Braço e Rio Piau até a junção destes dois rios; daí por uma reta na direção norte, até encontrar o Rio Una-Mirim.
DISTRITOS E POVOADOS
Valença é formada por cinco distritos: Sede da cidade, Maricoabo, Guerém, Serra Grande e Guaibim, além de inúmeras localidades rurais , dentre as quais se destacam os povoados de Sarapuí, Paraná, Cajaiba, Bonfim, Graciosa, Jequiricá, Tarimba, Taboado, Várzea, Abiá, Tabuleiro da Várzea, Tabuleiro do Taboado, Capela de Santana, Saruê e Garapa.

RELEVO
O relevo do Município é bastante movimentado, sendo caracterizado pela existência de planícies marinhas e fluviomarinhas, tabuleiros interioranos, tabuleiros pré-litorâneos e serras marginais. Dentre os acidentes geográficos encontrados no território municipal, cabe destaque para as Serras do Abiá ( ponto mais alto de Valença com 1300 m ) e Serra do Frio , com 900m de altitude. Além de inúmeros rios e quedas d`águas.
CLIMA
Segundo a classificação de thornthwait, o clima do município é do tipo úmido, apresentando temperatura média anual de aproximadamente 25, 3º C , oscilando entre a máxima de 31, 4º C e a mínima de 21, 8º C. As precipitações pluviométricas registradas em série históricas apresentam uma amplitude variável entre 1600 e 2400 mm. O período chuvoso ocorre entre abril e Junho , não existindo , entretanto, meses secos.
SOLOS
Os tipos de solos encontrados em Valença são latossolo, vermelho –amarelo, álico, latossolo variação uva álico, latossolo amarelo álico, padzólico vermelho-amarelo álico, solos indiscriminados de mangue, podzol hidromórfico, areias quartzozas marinhas e areias quartzozas álicas.
VEGETAÇÃO
Existe uma grande quantidades de ecossistemas coma predominância das seguintes formações vegetais: floresta ombrófila densa é caracterizada pela presença de árvores altas e exuberantes sempre verdes e representadas por poucos indivíduos de muitas espécies.
Formações pioneiras com influencia marinha (restinga) é uma formação vegetal que ocorre em superfície praticamente planas, em solos arenosos, formando cordões litorâneos paralelos á linha da praia.
Herbáceas e formações pioneiras com influencias fluviomarinhas – mangues – são tipos das zonas tropicais e se constitui em um dos ecossistemas de maior produtividade. São resultantes de processos de acumulação fluviomarinhas e localizam-se geralmente nos deltas dos rios (tipo arbórea).
A região era primitivamente coberta por Floresta Perenifólia (Mata Atlântica), hoje presente apenas em algumas manchas no extremo sul do Estado: com o desmatamento da cobertura vegetal originária , para a venda de madeira nobre e o desenvolvimento da agricultura, restaram apenas algumas áreas de floresta ombrófila densa. Os mangues e restingas são formações edáficas que refletem o ambiente pedológico inotável, constituído de material recente em constante evolução , devido as deposições fluviais e marinhas a que estão sujeitas.
Em Valença percebe-se a existência de uma longa área de restinga herbácea, na faixa de terra compreendida pela APA – área de proteção ambiente – de Guaibim. Os mangues estão presentes próximos aos estuários do Rio Una e são hospedeiros de uma fauna rica, povoados principalmente por moluscos e crustáceos.
HIDROGRAFIA
      A malha hidrográfica do município está vinculada á bacia do Rio Una. Valença é cortada por inúmeros cursos águas , a exemplo dos Rios Una, Fonte da Prata, dos Reis , Vermelho, Piau, Graciosa ou do Engenho. As lagoas da região são Douradas , São Fidelis e Derradeira.
OCORRÊNCIAS MINERAIS
Foram registradas ocorrências dos seguintes minerais: ferro , grafita, manganês, titânio e turfa.
ATIVIDADE ECONÔMICA MUNICIPAL:
Setor Primário = Produção
Principal economia: Agrária / Pesqueira / Pecuária
Setor Secundário: Indústria Têxtil / Maricultura / Construção Naval
Setor Terciário: Comércio / Imobiliária / Turismo
ECONOMIA DO MUNICÍPIO
Predominantemente primária agrícola e com base produtiva bastante diversificada. Destacam-se os cultivos do cacau, Dendê, coco, seringueira, mandioca, cravo, guaraná, pimenta-do-reino, urucum,etc.
HIDROGRAFIA:
Rio Una (Afluentes: Rio Piau, Patipe, Pitanga, Do Braço, dos Reis);
Rio jequiriçá – Separa os Municípios de Valença e Jaguaripe;
Rio Sarapuí;
Rio da Graciosa ou do engenho – Divide os Municípios de Valença e Taperoá. 
Atividades Turísticas desenvolvidas no Município:


HINO DE VALENÇA
Letra: Macária S. Andrade
Música: Manoel Amâncio Rosas (Barrinha)


Eu me orgulho de ti, minha terra,
Sou teu filho, hei de sempre te amar;
Este teu solo riqueza encerra e o teu povo te encerra no altar.

(Coro)

Valença nunca vencida,
Valença terra de paz.
Tu és sempre a “Decidida”
Comigo sempre tu estás.

Teu progresso teu solo querido
E a confiança que vens merecendo,
Nascem da fibra destes teus filhos
Que te querem ver sempre crescendo.

(Coro)

Teus brasões são tua fé, tua bandeira,
Tua glória, este povo viril.
De humana gente, tão hospitaleira,
Tu és grande entre as grandes do Brasil.

(Coro)

Valença nunca vencida,
Valença terra de paz.
Tu és sempre a “Decidida”
Comigo sempre tu estás. 

Companhia Valença Industrial - CVI

HISTÓRIA


Os alicerces da Companhia Valença Industrial começaram a ser fincados em 1844 na cidade baiana de Valença e, naquela época, foi considerada a maior obra de engenharia do Estado Baiano. O local de instalação da unidade fabril foi a Fazenda Candengo, às margens do rio Una. Desde seu início a companhia já empregava as mais modernas técnicas utilizadas na indústria têxtil. Práticas inovadoras também eram utilizadas pela Valença na gestão de seus funcionários. Eles tinham moradia e a educação era proporcionada a todos. Desde o princípio a Valença sempre procurou treinar os trabalhadores, além de incentivar a arte e a dança no local de trabalho. Apesar de ter sido fundada no período escravagista, a Valença nunca utilizou dessa força de trabalho.
A companhia sempre esteve à frente de seu tempo com o comprometimento social. Um bom exemplo é o fornecimento de água tratada e energia elétrica para toda a cidade de Valença, que foi uma das primeiras no Brasil a usufruir desses recursos. A empresa zela por essa posição de vanguarda, reconhecida desde 1860 com a visita de Dom Pedro II às instalações da fábrica, que na ocasião parabenizou a excelente infra-estrutura. Seu desenvolvimento sempre foi estendido à comunidade. Em 1911 a cidade de Valença foi condecorada com o Diploma de Medalha de Ouro na Esposizione Internazionale Delle Industrie e Del Lavoro, como parte das comemorações do cinqüentenário da proclamação do Reino da Itália. Esse prêmio era concedido às cidades que possuíam indústrias com extraordinário desenvolvimento social e humanitário. A Valença foi a grande responsável por essa conquista da cidade.
A história da Valença se confunde com a própria indústria têxtil brasileira. A Companhia Valença Industrial está consolidada como uma das principais produtoras de tecido do país e mesmo assim não para de investir, pois é uma empresa fortemente vinculada a conceitos de modernidade e inovação. Prova disso é que a empresa dispõe de uma das mais modernas fábricas têxteis do país e tudo isso para oferecer produtos de alto valor agregado e garantir a máxima qualidade em cada centímetro de tecido que produz.